A história de Michael (Miguel) começa - pelo menos para nós nebadonianos - há cerca de quatrocentos bilhões de anos, quando o nosso universo local começou a ser organizado pelo então Filho Criador da Ordem dos Michaéis, e foi nesta época que deu início à construção de Salvington e das outras esferas-sede do universo.
Um Filho Criador, a exemplo do Filho Eterno; após criar o seu universo, experiencia a vida de suas criaturas em sete níveis da existência, no anseio de aproximar-se das experiências das seus subordinados viventes. O Filho Eterno da Trindade do Paraíso liderou o caminho dessa prática, havendo, por sete vezes, outorgado a si próprio nos sete circuitos de Havona, e continua a outorgar-se aos universos locais do tempo e do espaço, nas pessoas dos seus representantes, os Filhos Michaéis e Avonais.
O propósito dessas encarnações, como criatura, é capacitar esses Criadores a tornarem-se soberanos cada vez mais sábios, compassivos, justos e compreensivos, e acima de tudo misericordiosos.
A primeira auto-outorga: Filho Melquisedeque
A primeira auto-outorga de Michael aconteceu há quase um bilhão de anos, quando os diretores e dirigentes do universo de Nébadon, reunidos, ouviram Michael anunciar que estaria ausente por um determinado tempo. Ao terceiro dia uma comunicação foi registrada em Salvington que dizia: "Ao meio-dia de hoje apareceu, no campo de recepção deste mundo, um estranho Filho Melquisedeque, cuja numeração não é a nossa, mas que é exatamente como os da nossa ordem. Ele estava acompanhado de um omniafim solitário, que trazia credenciais de Uversa e que apresentou as ordens, dirigidas ao nosso chefe, vindas dos Anciães dos Dias e certificadas por Emanuel de Sálvington, instruindo que esse novo Filho Melquisedeque fosse recebido na nossa ordem e designado ao serviço de emergência dos Melquisedeques de Nébadon. E assim foi ordenado; e assim foi feito.
Michael viveu cem anos - do tempo de Urantia - como um Filho da Ordem Melquisedeque.
A segunda auto-outorga: Filho Lanonandeque
Quase cento e cinqüenta milhões de anos depois ocorreu uma rebelião no sistema 11, da constelação 37 e Michael novamente deixou Salvington para realizar a sua segunda auto-outorga. Três dias após a partida, apareceu no corpo de reserva dos Filhos Lanonandeques primários de Nébadon um membro novo e desconhecido, acompanhado por um tertiafim solitário que trazia as credenciais dos Anciães dos Dias de Uversa, certificadas por Emanuel de Sálvington, ordenando que esse novo Filho fosse designado para o sistema 11, da constelação 37, como sucessor do rebelde deposto, Lutêntia, como Soberano do Sistema.
Por mais de dezessete anos do tempo universal, esse estranho e desconhecido governante temporário administrou os assuntos e sabiamente sentenciou sobre as dificuldades daquele sistema local, confuso e desmoralizado. Nenhum Soberano de Sistema jamais foi amado tão ardentemente, nem honrado e respeitado com maior unanimidade. Com justiça e com misericórdia, esse novo governante colocou em ordem aquele turbulento sistema; enquanto ministrava com cuidado a todos os seus súditos, oferecendo, até mesmo ao seu predecessor rebelde o privilégio de compartilhar do trono de autoridade, caso ele apenas pedisse perdão a Emanuel, pelos seus abusos. Lutêntia, porém, desprezou todas essas aberturas de misericórdia, sabendo bem que esse novo e estranho soberano do sistema não era nenhum outro senão Michael, o mesmo governante do universo a quem ele havia, muito recentemente, desafiado. Todavia, milhões de seguidores desviados e iludidos aceitaram o perdão desse novo governante, conhecido, naquela época, como o Soberano Salvador do sistema de Palônia.
A terceira auto-outorga: Filho Material
Numa época posterior uma nova rebelião explodiu, agora no sistema 87 da constelação 61, e alguns mundos foram submetidos à quarentena. Foi nesta época que os Portadores da Vida fez uma solicitação, que um Filho Material fosse enviado ao planeta 217 afim de trabalhar como assistente deles.
Michael, mais uma vez, ausentou-se de Salvington, aparecendo, ao terceiro dia na sede do sistema 87, acompanhado por um seconafim solitário. Imediatamente, o Soberano do Sistema em exercício apontou esse novo e misterioso Filho Material, como Príncipe Planetário do mundo 217; e essa designação foi imediatamente confirmada pelos Altíssimos da constelação.
E esse Filho Material excepcional iniciou sua difícil carreira em um mundo em quarentena, assim como nosso, havia sido assolado por uma rebelião sistêmica e sem nenhuma comunicação direta com o resto do universo; trabalhou sozinho, durante uma geração inteira de uma época planetária. No devido tempo, um casal de Filhos Materiais - Adão e Eva - chegaram a esse mundo rejuvenescido e redimido; e depois de estarem devidamente instalados como governantes planetários visíveis, esse Príncipe misterioso partiu, ao meio-dia. Três dias depois Michael reapareceu no seu lugar costumeiro, em Sálvington.
A quarta auto-outorga: Serafim
Foi no final de uma dispensação milenar periódica de Uversa que Michael procedeu no sentido de colocar, mais uma vez, o governo de Nébadon nas mãos de Emanuel e partir para a sua quarta auto-outorga. Três dias após o seu desaparecimento, as transmissões reportaram a chegada não anunciada de um serafim desconhecido, na sede-central seráfica de Nébadon, acompanhado por um supernafim solitário e por Gabriel de Sálvington.
Michael ficou ausente de Sálvington por mais de quarenta anos-padrão do universo. Durante sete anos ele permaneceu como conselheiro seráfico de ensino, funcionando em vinte e dois mundos diferentes. O seu compromisso último, ou terminal, foi como conselheiro e ajudante ligado a uma missão de auto-outorga de um Filho Instrutor da Trindade, no mundo 462, do sistema 84, da constelação 3, do universo de Nébadon.
A quinta auto-outorga: Peregrino Ascendente
Pouco mais de trezentos milhões de anos atrás - do tempo de Urântia - Michael deu início às preparações de sua partida, mas dessa vez foi diferente, antes Ele anunciou que o seu destino era Uversa, a sede-central do superuniverso de Orvônton. E, pouco depois de parti, as transmissões de Uversa, relatava: "Chegou hoje um peregrino ascendente, não anunciado e não numerado, de origem mortal, vindo do universo de Nébadon, certificado por Emanuel de Sálvington e acompanhado por Gabriel de Nébadon. Esse ser não identificado apresenta o status de um verdadeiro espírito e foi recebido na nossa fraternidade".
Até os dias de hoje ouve-se contar sobre Eventod, um peregrino ascendente especial e desconhecido, que viveu e atuou em Uversa, por um período de onze anos, do tempo-padrão de Orvônton. Esse ser recebeu as designações e cumpriu os deveres de um espírito mortal, em comum com os seus companheiros de vários outros universos locais. Sob "todos os pontos de vista, foi testado e provado, do mesmo modo que os seus companheiros"; e, em todas as ocasiões, demonstrou ser digno da confiança e da fé dos seus superiores e, ao mesmo tempo, infalivelmente atraiu para si o respeito e a admiração leal dos seus semelhantes.
A sexta auto-outorga: Mortal Moroncial
Sálvington já estava familiarizada com os preliminares de uma auto-outorga iminente. Michael reuniu os residentes e, pela primeira vez, revelou o plano de encarnação, anunciando seu propósito de assumir a carreira de um mortal moroncial, e então partiu, acompanhado por um serafim solitário e por Gabriel.
Michael apareceu na sede-central da constelação 5, como um mortal moroncial amadurecido, de status ascendente. Foi uma das mais extraordinárias e surpreendentes épocas nas experiências de auto-outorga de Michael; mais extraordinária ainda que a sua dramática e trágica permanência em Urântia, em sua sétima e última outorga.
Gabriel enviou notícias à Salvington, afirmando que o retorno de Michael estava próximo, que em breve Ele se liberaria da outorga moroncial; então uma grande recepção foi preparada. Milhões e milhões de seres, vindos dos mundos-sede das constelações, e a maioria dos residentes nos mundos adjacentes a Sálvington reuniu-se para dar-lhe as boas-vindas, como governante do universo. Diante dessas manifestações de boas-vindas e expressões de apreço feitas ao Soberano tão vitalmente interessado nas suas criaturas, ele respondeu tão somente: "Eu tenho apenas cuidado dos assuntos do meu Pai. Estou apenas dando cumprimento à satisfação dada aos Filhos do Paraíso, de amar e buscar compreender as suas criaturas".
A sétima e última auto-outorga: Carne Mortal
Por dezenas de milhares de anos, Salvington esperava, ansiosamente, pela sétima e última auto-outorga de Michael. Gabriel já havia revelado que essa outorga terminal seria feita à semelhança da carne mortal. O anúncio público de que Michael havia escolhido Urântia, como cenário dessa outorga final, foi feito pouco tempo após o relato do erro cometido por Adão e Eva. Trinta e cinco mil anos se passaram até que Michael surgiu como um bebê desamparado e indefeso deste reino. Até então, ele sempre surgira como um indivíduo já desenvolvido, mas o anúncio emocionante que foi transmitido em Salvington dizia que a criança de Belém havia nascido em Urântia, ao meio-dia de 21 de Agosto do ano menos 7 dessa era.
Joshua ben José (Jesus) foi concebido e nasceu exatamente como quaisquer outros meninos, antes e depois, exceto pelo fato de que era a encarnação de Michael de Nébadon, um Filho divino do Paraíso e o Criador de todas as coisas e seres deste universo local. E esse mistério da encarnação da Deidade na forma humana de Jesus, cuja origem pareceria natural ao mundo, permanecerá insolúvel para sempre. Esse segredo pertence a Sonárington; e tais mistérios são da exclusiva posse desses Filhos divinos que passaram pela experiência da auto-outorga.
Por 36 anos - do nosso tempo - todos os olhos em todas as partes deste universo, focalizaram-se neste pequeno planeta para acompanhar os passos do Criador vivendo a criatura. Jesus morreu pouco antes das três horas da tarde no dia 7 de Abril do ano 30. Depois de sua morte ainda apareceu para seus apóstolos e discípulos em várias ocasiões; despediu-se e os orientou para a vida difícil que eles teriam a enfrentar, deixando a promessa que enviaria o Espírito da Verdade para consolar os corações e ainda, que uma dia voltaria a Urantia afim de fazer-nos uma visita.
Depois desse período retornou a Salvington, quando foi proclamado como o Governante Soberano de Nébadon. Agora governa soberanamente ao lado de sua consorte, a Ministra Divina.
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